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domingo, 18 de abril de 2010

8o.s anos - Paradidático - O rapaz que não era de Liverpool



Leia este pequeno trecho, ele é somente uma pequena amostra das emoções que iremos compartilhar:

— Não, Marcelo,
você não nasceu de mim!
Ela disse. Falou
o que eu queria-temia escutar. Falou.
As palavras foram claras. Sem sombras.
Sem dúvidas.
A confirmação ali, naquela frase tão simples. Tão. Não era minha mãe.
Não era. E, no entanto.
Estendeu a mão.
A mão que muito carinho já me fizera. A mão. Tremia? Queria ser toque. Acarinhar meu cabelo, daquele jeito calmo que eu tanto gosto. Gostava.
Leve toque
em meu braço.
Fugi.
Lágrimas
nos olhos dela.
E nos meus.
Fugi
para meu quarto.
Único abrigo naquela casa que
agora me parecia por demais estranha. Ela não era minha mãe. Mas e se? Nao, não era.
Suas palavras, naquela voz que não tremeu, naquela voz que, talvez, há muito tempo desejasse ser, e foi, revelação,
não deixavam dúvidas. Você não nasceu de mim. De quem, então?
Ela respondeu apenas
à primeira, à principal, pergunta. Muitas outras agora me invadem
e, tenho certeza,
me invadirão
para o resto da vida. »

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