Pages

sexta-feira, 28 de maio de 2010

9os. anos

Queridos,

Postei o documentário Holocausto Nunca Mais. Não sei se vocês conseguirão assisti-lo até o final, mas é fato. Fato que precisa ser relembrado, jamais negado.

Encontramo-nos na segunda-feira.
Estou ansiosa.
Confio em vocês!

Beijo!

Há outras postagens sobre o assunto no blog.

Holocausto Nunca mais - Documentário (9o.s anos)

O mundo precisa de crianças felizes

O rapaz que não era de Liverpool - 8os. anos



Oi, turminha!
Postei para vocês alguns vídeos sobre adoção. Assista-os. Em breve verei seus posts sobre o assunto. Estou ansiosa para ler as resenhas que vocês prepararam sobre o texto. Quero saber o que vocês entenderam sobre o livro e também se a opinião que detêm sobre adoção hoje é a mesma de antes da leitura do paradidático. Beijos.

Crianças continuam esperando por pais

Mudando destinos

Adoção

Adoção um ato de amor

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Saiba mais

Como Hitler pôde acontecer?






Pesquisas recentes trazem uma nova perspectiva do homem que dizimou milhões de inocentes e deu início à maior guerra da história.

Eliminar o país, nada menos que isso, era o objetivo do Exército alemão ao entrar na União Soviética em 1941. Soldados procuravam líderes políticos e autoridades judaicas e os matavam na exata hora e local em que fossem descobertos. A ordem seguinte foi a de levar para campos de concentração e exterminar todos os judeus e comunistas encontrados pela Rússia. Pouco tempo depois, a mesma diretiva passou a valer para todos os judeus da Europa. Milhões deles - principalmente mulheres e crianças - encontraram seu fim em câmaras de gás.

Em linhas gerais, a história de como ocorreu o maior genocídio da história é bastante conhecida. Mas mesmo os estudiosos no assunto gaguejam ao tentar explicar por que Adolf Hitler, o homem por trás de toda essa tragédia, tinha objetivos tão vis e como pôde levar uma nação inteira junto com ele.

A pergunta que aparece na capa desta edição da Super revira a cabeça dos pesquisadores desde antes de Hitler se matar no bunker de Berlim, em 1945. Nos últimos dez anos, pesquisadores abordaram o problema de várias formas e trouxeram novas respostas para essa pergunta. Em alguns pontos, destrincharam tudo o que já foi escrito sobre ele nos últimos 60 anos e escolheram os caminhos mais lógicos e prováveis. Em outros, desencavaram novos documentos aos quais até então ninguém havia dado importância. Para completar, começaram a vir a público, a partir da década de 90, informações guardadas confidencialmente nos arquivos das repúblicas do Leste Europeu, da Rússia e dos Estados Unidos. "Agora que essas pastas foram abertas, não acredito que venhamos a encontrar novas coleções de documentos a respeito do governo de Hitler, a não ser por um incrível golpe de sorte", afirma o historiador Christopher Browning, da Universidade da Carolina do Norte, Estados Unidos. O que você vai ler a seguir é um retrato das teses mais relevantes que emergem da interpretação desse material. Não se espante se considerar que muitas das suas perguntas continuam sem resposta. É bem possível que o terror promovido por Hitler nunca possa ser explicado na totalidade.

A ORIGEM

Há dois aspectos assustadores que logo vêm à cabeça de quem tenta estudar a origem de Hitler. O primeiro é como alguém que foi um completo fracasso até os 30 anos de idade pode ter ascendido até se tornar um homem com poder para matar milhões e deixar a Europa em ruínas. O segundo é descobrir qual a origem de tanto ódio. "Hitler era obcecado pelo anti-semitismo. A questão é saber por quê", afirma Browning. A tarefa se torna especialmente complicada porque Hitler eliminou vários dos documentos que poderiam jogar alguma luz sobre o assunto. Segundo William Patrick Hitler - filho do meio-irmão do ditador - seu meio-tio teria lhe dito: "Ninguém deve saber de onde venho".

A história começa antes mesmo do nascimento de Hitler, com a teoria de que ele próprio poderia ter sangue judeu. Seu avô paterno é desconhecido. Segundo Hans Frank, o advogado do Partido Nazista que investigou a história em 1930, Maria Schicklgruber, avó de Hitler, trabalhava como empregada doméstica na casa de uma família judia na época em que ficou grávida do pai do ditador em 1937. A história oficial diz que o avô de Hitler era Johann Georg Hiedler, um dono de moinho com quem Maria se casaria cinco anos depois. Mas Frank teria descoberto um detalhe estranho: os patrões judeus pagaram uma pensão alimentícia à criança até ela completar 14 anos e trocaram cartas com Maria nas quais indicam que o responsável pela gravidez era o filho mais novo da família. Hitler, ao receber o relatório de Frank, teria lhe fornecido outra explicação: seu pai era filho de Georg Hiedler, mas sua avó fez a família judia acreditar que era responsável pela gravidez, só para obter a pensão. Em outras palavras: o líder nazista preferiu acusar sua avó de chantagem sexual a admitir que pudesse ter sangue judeu.

Apesar do alvoroço que a história causou ao vir a público em 1953, não existe nenhum documento que a comprove. É difícil que algum dia ela se confirme: a região da Áustria onde esses fatos teriam ocorrido foi totalmente destruída pela guerra, talvez por ordem do próprio Hitler. "Essa história não comprovada foi usada como pedra angular para explicar a origem do anti-semitismo de Hitler", afirma o jornalista americano Ron Rosenbaum, autor do livro Para Entender Hitler, uma análise das diversas teorias já feitas sobre o ditador. Muitos propuseram que o ódio contra os judeus fosse a forma de eliminar de dentro de si mesmo a dúvida sobre suas origens, mas essa permanece como apenas uma das muitas possíveis explicações para a obsessão do ditador.

Há quem ressalte, por exemplo, o trauma que Hitler teria sofrido aos 18 anos, em 1907, quando Klara, sua mãe, morreu de câncer. O jovem Adolf teria culpado o médico da família, um judeu, e tentado anos depois eliminar o que chamava de "câncer do sionismo". Outros atribuem o anti-semitismo aos eventos ocorridos meses depois em Viena, quando Hitler foi rejeitado pela Academia de Artes Gráficas. Ele, um aspirante a pintor sem nenhuma instrução formal em arte, teria ficado revoltado contra os judeus que trabalhavam no setor artístico da cidade. Há até a história, defendida pelo caçador de nazistas criminosos de guerra Simon Wiesenthal, de que a demência de Hitler tivesse origem em uma suposta sífilis, contraída de uma prostituta judia durante seus anos na capital austríaca.

Nenhum terreno rendeu tantas explicações para o ódio de Hitler quanto sua sexualidade. Todos os tipos de deturpações e orientações sexuais já foram atribuídos ao Führer - "líder" em alemão - sem que ninguém saiba ao certo qual era o problema. "É raro encontrar um pesquisador de Hitler que não faça do segredo sexual uma variável oculta da psique de Hitler", afirma Ron Rosenbaum. A acusação mais recente é a de que Hitler foi um homossexual. Muita gente já suspeitava, mas a hipótese só se tornou séria em 2001, com a publicação de O Segredo de Hitler, do historiador alemão Lothar Machtan. Segundo o livro, Hitler circulava por pontos de encontro de homossexuais em Viena. Anos depois, teria sido visto tendo relações com um de seus colegas nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Para Machtan, o ódio contra judeus começou como uma reação aos ataques que a imprensa judaica de Viena deu a um caso de homossexualismo ocorrido na cidade. Hitler, um protetor dos gays? Não. Seu governo, segundo Machtan, manteve a perseguição aos homossexuais que já acontecia na Alemanha, mesmo que o ditador nunca tivesse se pronunciado contra eles.

Antes das revelações de Machtan, as dúvidas quanto à sexualidade de Hitler giravam em torno de um possível caso de monorquidia - a idéia de que ele teria um só testículo. Segundo o relatório da autópsia do corpo carbonizado de Hitler feita pelos soviéticos, havia apenas um desses órgãos entre os restos encontrados. Mesmo que um médico que analisou Hitler quando criança tivesse afirmado que os genitais dele eram normais, não faltou quem tentasse entender as implicações desse suposto problema. Nos anos 60, vários historiadores afirmaram que isso o teria levado à hiperatividade, inadequação social, tendências a exagerar, mentir e fantasiar. Houve até quem fizesse a conexão com outro mistério: sua relação com a sobrinha Geli Raubal, filha de uma meia-irmã de Hitler (o ditador teve cinco irmãos e dois meios-irmãos). Ela morava no apartamento de Hitler em Munique, onde foi encontrada morta em 1931, enquanto o líder nazista estava viajando. A versão oficial é que ela se matou, mas a causa da morte é objeto de disputa. Há quem diga que foi Hitler quem a assassinou porque ela pretendia fugir com um amante (em algumas versões, judeu). Outros acham que a deformação sexual o tinha afetado de tal maneira que, incapaz de ter relações sexuais normais, ele forçava a sobrinha a uma série de perversões (envolvendo até fezes e práticas masoquistas) que culminaram com o suicídio da moça.

Todas as teorias têm um grande grau de especulação. "As evidências para qualquer psicanálise de Hitler são muito fracas e acho que nunca conseguiremos explicá-lo por essa via", diz Browning. Mesmo que fosse possível achar a origem de seu anti-semitismo, ela não explicaria como ele conseguiu levar um país inteiro a acompanhá-lo nessa sanha sanguinária. "A questão principal não é a base da obsessão particular de Hitler. O problema é histórico. A fixação de Hitler só se tornou importante porque ele teve uma carreira política", diz Browning.

A FORMAÇÃO

O ódio de Hitler contra os judeus, apesar de mais radical que a média, não era nada de novo nem de estranho na Europa daquela época. "Hitler assimilou o clima político da Áustria e começou a culpar vários elementos, particularmente os judeus, pela sua própria frustração. Após ir para a Primeira Guerra, ele começou a achar que poderia ter um papel político", afirma o historiador Richard Breitman, da Universidade Americana, em Wa-shington, Estados Unidos.

Hitler dizia que os anos passados na Primeira Guerra foram os melhores de sua vida. Em 1914, assim que começaram os conflitos, ele se alistou no Exército alemão e, apesar de trabalhar atrás das trincheiras como mensageiro, conseguiu condecorações por bravura raras para o seu posto. Em 1918, um ataque com gás o levou, parcialmente cego, ao hospital, onde recebeu a notícia de que a guerra havia acabado. Uma revolução havia tomado o país no momento em que o Exército alemão sofria derrotas no campo de batalha. Instaurou-se a República de Weimar - em 1918 - e se assinou um misto de armistício e rendição que impunha duras condições à Alemanha. Para Hitler, foi uma traição. Nesse momento, ele afirma ter tido a visão que o fez seguir carreira na política. Deveria tomar como missão vingar a Alemanha contra a "punhalada nas costas" que tinha tomado dos políticos, muitos deles judeus, que proclamaram a república. "Era uma mentira óbvia, mas uma mentira que Hitler usou como veículo para chegar ao poder", afirma Rosenbaum.

Ao sair do hospital, ele, então um cabo do Exército alemão, foi mandado para Munique para investigar grupos extremistas. A cidade vivia em um caos, com dezenas de grupos em conflito e uma seqüência de dirigentes sendo assassinados ou depostos. Hitler começou a divulgar seu diagnóstico dos eventos nas cervejarias da cidade e fez uma descoberta, que descreveu no livro Minha Luta, de 1925: "Tive a oportunidade de falar diante de uma grande audiência e o que eu sempre pressenti se confirmava: eu sabia falar". E sabia mesmo. Filiou-se ao pequeno Partido dos Trabalhadores da Alemanha (que logo mudou de nome para Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialistas Alemães) e chegou rapidamente ao posto de porta-voz. Em pouco mais de um ano, em 1920, o número de membros do Partido Nazista (abreviação de "nacional-socialista") passou de cerca de 60 para mais de 2 mil pessoas graças ao impacto de seus discursos (veja quadro na página 70). Kurt Lüdecke, um de seus primeiros admiradores, descreveu em um relato que era como se ele tivesse perdido sua capacidade crítica e estivesse "preso em um feitiço hipnótico", uma experiência que ele comparava a uma conversão religiosa.

Qual era o conteúdo desses discursos eletrizantes? Aparentemente, nada de novo - um futuro grandioso para a Alemanha, a recuperação econômica, o fim do marxismo e dos judeus. "Para conseguir suporte das massas, foi menos decisiva a doutrina nazista que o estilo de articulação de medos, fobias e expectativas espalhadas pela população. E, quando a questão era representar, Hitler era inigualável", afirma o historiador inglês Ian Kershaw, da Universidade de Sheffield, Inglaterra. Em meio à crise econômica e ao sentimento de humilhação trazidos pela derrota da Alemanha, grande parte da população já estava disposta a aceitar as idéias de Hitler ou de qualquer outro líder populista de igual calibre. Ao ouvi-lo, a conversão era imediata.

A aura que foi se formando em volta do líder nazista lhe permitia ganhar votos mesmo entre o público pouco disposto a aceitar suas idéias. Havia, desde o século 19, a busca quase religiosa por um líder que uniria a Alemanha e a levaria à grandeza. A profecia se fortaleceu após a derrota na guerra, principalmente entre os protestantes, bastante nacionalistas. "Hitler construiu para si a imagem de ser o escolhido, no sentido bíblico da palavra. A insistência dele em um poder e um mistério quase do outro mundo tinha um grande apelo, o que lhe deu a sensação de ser de fato o salvador", afirma o historiador Fritz Stern, da Universidade de Colúmbia, Estados Unidos. Em seus discursos, não era apenas a sua vontade que o levava a querer reconstruir a Alemanha - seus feitos e sua missão seriam obra da providência divina.

A ASCENSÃO

Hitler havia se tornado popular, mas para chegar ao poder era preciso muito mais astúcia e, principalmente, sorte. Em meados da década de 20, a situação não era nada boa para os nazistas. O partido tinha se esfacelado depois de uma tentativa frustrada de golpe em 1923, que foi combatida pela polícia e deixou Hitler na prisão por 13 meses. Ao ser libertado, a crise econômica e política tinha se acalmado e as propostas nazistas se tornariam menos atraentes à população. Eles talvez nunca tivessem deixado de ser um partido pequeno se o mundo inteiro não fosse chacoalhado pela crise econômica internacional de 1929. O modo como os nazistas exploraram o colapso financeiro e político que se seguiu permitiu a eles, em 1930, passar de 12 para 107 cadeiras no Parlamento alemão e se tornar o segundo maior partido da casa. Confiante no sucesso eleitoral, Hitler concorreu - e perdeu - ao cargo de presidente em 1932, mas não desistiu de controlar o governo. Meses depois, seu partido ganhou 43,9% dos votos e se tornou a força política majoritária do país.

Hitler começou a pressionar o presidente eleito, Paul von Hindemburg, a lhe dar o cargo de chanceler, que lhe permitiria controlar o Poder Executivo. O presidente ignorou o pedido. Frustrado na tentativa de chegar ao poder, o partido começou a sofrer dissidências e obteve um número menor de votos nas eleições realizadas no final de 1932, marcadas depois que o chanceler dissolvera o Parlamento. Foi o momento em que os jornais conservadores começaram a comemorar o fim do Partido Nazista e, curiosamente, foi quando Hitler chegou ao poder. Mais uma vez, ele teve astúcia e sorte para tirar proveito das fraquezas da república.

O Parlamento alemão estava em grande parte dividido entre nazistas e comunistas, uma mistura tão explosiva que poderia facilmente levar a uma guerra civil. Para governar, o Executivo tinha que driblar o Parlamento por meio de "decretos de emergência" e concentrar o máximo de poder em seu gabinete. Os industriais e proprietários rurais, cansados de tanto impasse, havia muito tempo tentavam trocar a república por um governo autoritário. Os chanceleres, influenciados por essa elite, bem que tentaram acabar com a democracia, mas todos caíram diante de intrigas políticas ou de decisões erradas. Foi quando uma parcela do poder econômico, em especial os ruralistas, começou a achar Hitler uma boa solução. Surgiu então a proposta de dar ao líder nazista o cargo de chanceler, mas em um gabinete composto quase somente por conservadores. Ou seja, queriam fazê-lo de fantoche, aproveitar seu apoio popular para dar base ao governo autoritário que desejavam. Assim, em janeiro de 1933, Hitler assumiu o cargo de chanceler alemão.

Como você deve imaginar, a decisão dos conservadores figura hoje na galeria das maiores idiotices já feitas por um grupo de políticos. Apenas um mês depois de assumir o poder, um incêndio criminoso destruiu o Parlamento e deu a Hitler a chance de consolidar seu poder. Declarando o incidente como sinal de uma revolta comunista, ele ordenou a prisão de milhares de marxistas e opositores políticos e obteve um decreto que suspendia todos os direitos e liberdades individuais no país. Violência contra opositores não era novidade para ele: o braço armado de seu partido espancava e assassinava inimigos políticos desde a época dos discursos nas cervejarias de Munique, com a conivência dos juízes da região, simpatizantes do movimento nazista. "Hitler desconsiderava nossa noção de moralidade. Para ele, isso era uma construção judaica. Não tinha nenhum escrúpulo e era contra os direitos individuais", afirma Christopher Browning.

Com dois meses de governo, toda a oposição estava morta, reduzida a organizações clandestinas ou presa em um recém-inaugurado campo de concentração em Dachau. O pouco que restava para consolidar seu poder veio nos anos seguintes: em 1934, com a morte do presidente Hindemburg, ele assumiu controle total sobre o Executivo. Em 1938, utilizou intrigas para afastar os comandantes conservadores do Exército.

Mesmo sem nunca ganhar uma eleição presidencial, Hitler obteve poder absoluto e apoio popular em pouquíssimo tempo. Apesar de matar oponentes em uma escala nunca antes vista na Alemanha, Hitler estava agindo da maneira que muitos alemães esperavam de um dirigente. A classe média, os industriais, os proprietários rurais saíram ilesos de sua ação. E, atacando as minorias, ele conseguiu dar à população a impressão da unidade nacional com que eles tanto sonhavam. "Hitler usou a propaganda de forma espetacular para unificar o país. Havia os inimigos comuns, os judeus e os comunistas, e o alvo, o Tratado de Versalhes, que tinha imposto ao país condições muito desconfortáveis ao final da Primeira Guerra", diz Stern.

O ESTILO

O novo Führer era vegetariano. Não bebia, não fumava, não tomava café. Seguia rotinas fixas e era aficionado por arquitetura (veja quadro na página 65). Não tinha a menor paciência para resolver problemas administrativos. Hitler evitava situações em que tivesse que escolher entre duas opções conflitantes. Limitava-se a aprovar ou reprovar as medidas que chegavam até ele. Aplicava à administração o princípio que dominava toda sua visão de mundo: a idéia de que o mais forte deve vencer. Vários departamentos de seu governo se sobrepunham e os choques entre eles eram constantes. A melhor maneira de fazer um projeto andar em meio às disputas (e de ganhar promoções) era obter a aprovação do Führer. "O estilo de Hitler levava menos a um governo bem dirigido que ao oportunismo e a iniciativas arbitrárias e sem coordenação", diz Kershaw. A vantagem para Hitler é que sua vontade era cumprida sem que ele se esforçasse ou se envolvesse em disputas que pudessem abalar sua imagem.

O governo só funcionava porque havia a disposição de seguir a vontade do Führer. "Por volta de 1939, a maioria da população encontrava algo para admirar em Hitler", afirma Kershaw. Além da propaganda intensa do regime, a economia alemã sofreu aquecimento durante o novo governo - porque o mundo inteiro já se recuperava da crise de 1929 e também por conta dos crescentes gastos com a indústria bélica. Por fim, a conquista de territórios e o reforço do Exército promovidos por Hitler atraíam a admiração até dos não-partidários do governo.

A ordem internacional permanecia frágil desde 1918. Hitler se aproveitou disso com uma espantosa habilidade para o blefe. "Ele tinha uma sagacidade extraordinária e brutal para explorar a fraqueza dos outros", diz Stern. Assim como tirou proveito do fim da Primeira Guerra, das fraquezas da República de Weimar e do incêndio no Parlamento alemão para consolidar seu poder, ele agora explorava o impasse entre as potências européias para quebrar os termos do Tratado de Versalhes. Usando como desculpa o rearmamento promovido pela Inglaterra e pela França, Hitler promoveu alistamento militar para ampliar seu Exército - uma desobediência aos termos do tratado. Um ano depois, invadiu a Renânia, uma região desmilitarizada na fronteira com a França. As demais nações, presas a disputas diplomáticas, não fizeram nenhum protesto. Enquanto isso, assinou tratados de não-agressão com a Polônia e com a União Soviética sabendo que uma hora precisaria rompê-los. Em 1938, Hitler aproveitou crises internas na Áustria e usou seus exércitos para anexá-la ao território alemão. Em março de 1939, fez o mesmo com a Tchecoslováquia e com regiões da Lituânia. A reação da França e da Inglaterra só veio quando, seis meses depois, ele invadiu a Polônia.

O sonho de Hitler começava a virar realidade. Havia aumentado o território alemão e agora se preparava para aplicar sua política racial. Desde 1935, os judeus estavam proibidos de ter casamentos e relações sexuais com não-judeus, além de terem negada a cidadania alemã. As medidas se tornaram mais drásticas em novembro de 1938. Com a autorização de Hitler, anti-semitas queimaram em uma só noite dezenas de sinagogas, mataram uma centena de judeus e levaram mais de 30 mil pessoas para os campos de concentração. Apesar da violência em enorme escala, Hitler percebeu que esse tipo de ação não era suficiente para eliminá-los da Alemanha. "Mesmo após cinco anos de intensa propaganda anti-semita, a participação popular foi pequena, houve críticas contra a destruição das propriedades e até simpatia pelas vítimas", diz Richard Levy, autor de vários estudos sobre o anti-semitismo europeu e professor da Universidade de Illinois, Estados Unidos. A confirmação veio no ano seguinte, com os protestos populares contra o "programa de eutanásia", uma iniciativa que matou mais de 70 mil doentes mentais e portadores de deficiências. Os dois episódios convenceram Hitler de que ele não poderia contar com a população para aplicar suas políticas raciais. "Ele percebeu que não podia depender das massas para resolver a questão judaica. Quando chegasse o momento, a solução deveria ser encaminhada secretamente e sem a participação popular", afirma Richard Levy. Esse momento estava chegando.

A QUEDA

A vitória rápida sobre a Polônia e a França, entre 1939 e 1940, estimulou Hitler a tentar seu objetivo final: a invasão da União Soviética. A operação seria diferente das que havia deflagrado até então - dessa vez, era uma "guerra de extermínio". Segundo Christopher Browning, "a expectativa era que os soviéticos fossem derrotados em duas a quatro semanas. Hitler aprovou a eliminação total e sistemática dos judeus russos". Browning está no centro do debate sobre quando e por que Hitler decidiu que os judeus deveriam ser exterminados. Ele afirma que a primeira idéia dos nazistas era apenas expulsá-los: mandá-los para a Sibéria, para Madagáscar ou mantê-los em campos de concentração. A decisão de matá-los teria vindo com as vitórias de setembro de 1941 na campanha soviética, quando Hitler se sentiu confiante e percebeu que podia levar a idéia adiante. "Não foi uma hesitação moral. Ele apenas quis garantir que não iria fracassar", diz Browning.

No outro lado da discussão estão aqueles que acreditam que o extermínio de judeus já estava na cabeça de Hitler muito tempo antes. Para Richard Breitman, o plano teria surgido no início de 1941, antes da invasão soviética. Ele cita um documento do serviço de inteligência britânico de agosto de 1941, que informava que os alemães estariam matando todos os judeus que caíssem em suas mãos - uma evidência não só de que o extermínio pode ter começado antes da data proposta por Browning como de que os aliados sabiam do genocídio desde o início, mas nada fizeram a respeito.

Tanto Breitman quanto Browning afirmaram à Super que, apesar de ainda discordarem em relação às datas, boa parte dessa discussão está sendo superada. "Nunca teremos evidência suficiente para precisar quando os nazistas decidiram pela 'solução final' - o extermínio total dos judeus", afirma Breitman. Existem vários pontos em que eles parecem chegar a um consenso. Um deles é que não coube a Hitler decidir os detalhes. O líder nazista nunca foi a um campo de concentração, não viu os judeus serem mortos e, para alguns, talvez nem tenha dado uma ordem direta para que o holocausto começasse. Ninguém nega, no entanto, que ele foi uma figura-chave no genocídio. Coube a ele expressar o desejo de ver o fim dos judeus e autorizar seus subordinados a começar a matança. A partir daí, eles formaram pequenos batalhões voltados para o extermínio, que foram se juntando e ganhando força de acordo com o que julgavam ser a vontade do Führer. O resultado foi uma terrível indústria da morte com vários escalões hierárquicos. O comando cabia aos nazistas convictos. Abaixo deles, profissionais, técnicos e burocratas que emprestavam seu conhecimento ao genocídio. Por último estavam pessoas comuns, recrutadas aleatoriamente, que se viam obrigadas a matar. "Foi uma novidade, um Estado moderno e industrializado usando seus recursos organizacionais e tecnológicos para eliminar inteiramente um povo", afirma Breitman. O plano deu horrivelmente certo. "Eles tiveram contratempos e precisaram improvisar, porque esse tipo de coisa nunca havia sido feito antes. É terrível pensar que o número de vítimas poderia ser muito maior se tudo desse certo para eles. Mas, no geral, o plano funcionou melhor do que esperavam", diz Breitman.

Como conseguiram transformar tantas pessoas em assassinos frios? Não existe ainda uma resposta satisfatória para a questão. Um fato surpreendente revelado pelos arquivos soviéticos é que a maior parte da matança no país foi feita por agricultores locais. Em alguns grupos de extermínio, havia dez pessoas de outras etnias para cada alemão. "Os nazistas se aproveitaram de rivalidades internas em várias regiões. O cenário agora é muito mais complexo: precisamos estudar a história das relações entre ucranianos, poloneses, judeus e alemães em cada lugar para entender quais eram os interesses desses grupos", diz Browning.

No final de 1941, ficou claro que a guerra na Rússia não podia ser ganha. Foi quando a ambição de Hitler tornou-se mais evidente: ele dispensou os generais e assumiu o controle da guerra, recusou-se a recuar ou adotar uma postura defensiva e perdeu divisões inteiras em ataques desesperados. À medida que os exércitos aliados começaram a se aproximar de Berlim, ele ordenou que as cidades alemãs fossem destruídas para não serem utilizadas pelos inimigos. Os estudos recentes indicam que, nessa época, Hitler começava a apresentar sinais de mal de Parkinson, mas continuava a governar como antes. Segundo escreveu Albert Speer, arquiteto e ministro da produção e armamento de Hitler, o ditador tentou acabar com as chances da Alemanha de sobreviver a ele. O povo alemão, aos seus olhos, teria merecido a destruição, uma vez que não foi forte o suficiente para derrotar o inimigo soviético.

A autoridade de Hitler permaneceu absoluta até o momento em que ele se matou, em 1945, aos 56 anos. Por mais irracionais que fossem as suas ordens, sempre houve alguém disposto a cumpri-las. Boas explicações para esse fenômeno estão na centralização do governo em sua figura e no assassinato daqueles que tentaram se opor. Mas mesmo essas razões não explicam a devoção que muitos alemães tiveram pelo Führer. "Hitler deve ter tido um efeito carismático estonteante em algumas pessoas", diz Fritz Stern. "Eu não sei explicar. Não sei quanto disso é de seu magnetismo pessoal, quanto é da atração das massas pelo poder e quanto é do mito que se erigiu à sua volta, do personagem obscuro e fracassado que chegou ao topo do poder."
"Não há nada que permaneça como um legado positivo dos anos de Hitler no poder", diz Kershaw. Apesar de ter estimulado as artes, as iniciativas foram para impor a sua noção particular de beleza, que desestimulava qualquer inovação. Seu estilo de administração não serviu de modelo para ninguém. A economia era predatória por natureza, inflada pelos gastos da guerra e dependente em grande parte do trabalho de escravos obtidos nos territórios conquistados. Seu único legado talvez seja a lição do que não deve ser feito. "Acho que a Alemanha está imunizada contra um novo Hitler. Mas a lição é bastante instrutiva para muitos países democráticos em que os movimentos de direita podem querer assumir uma forma mais autoritária, ainda que com apoio popular e econômico", diz Stern.

Existem várias explicações para cada detalhe da vida de Hitler e os livros que são lançados quase todo dia sobre o assunto mostram que muitas outras teorias surgirão nos próximos anos. Permanece, no entanto, a questão: Hitler pode mesmo ser explicado? Há quem diga que não devemos fazê-lo porque isso diminuiria a culpa de Hitler. Achar um motivo colocaria a responsabilidade do holocausto em qualquer outro fator - seja ele os ancestrais do ditador, o anti-semitismo de Viena ou a desestruturação do povo alemão na época. Há também aqueles que acreditam que entender Hitler é impossível: alguns dos principais documentos e testemunhas foram perdidos para sempre e, além disso, talvez não tenhamos a capacidade de compreender a dimensão das suas motivações hediondas. Finalmente, existem aqueles que, apesar do perigo e da dificuldade de explicar o holocausto, fazem o possível para torná-lo compreensível. "Temos que ter a esperança de que podemos aprender com isso", diz o historiador Fritz Stern, um judeu alemão que foi com 12 anos para os Estados Unidos para fugir do nazismo. "É difícil intelectual e emocionalmente, mas é absolutamente necessário. A emoção também é o que nos faz persistir para encontrar essas explicações".

O poder da palavra


Um dos principais fatores para a ascensão de Hitler era a paixão de seus discursos, capaz de levar ouvintes às lágrimas. Uma amostra de sua retórica, de sua capacidade de sofismar, de costurar uma argumentação capciosa a fim de fortalecer seus pontos está no trecho abaixo, retirado de um pronunciamento de 1927, feito em Nuremberg

Se alguém o chamar de imperialista, pergunte a ele: Você não quer ser um? Se disser que não, então nunca poderá ser pai, porque aquele que tem um filho precisa se preocupar com o pão de cada dia. Mas, se você fornece o pão de cada dia, então é um imperialista. O nosso objetivo deve ser formar uma semente que irá crescer constantemente, ganhando energia e força para o grande objetivo. Àquele a quem os céus deram a grandeza de decidir, eles também deram o direito de dominar.


Para saber mais



Na livraria

Para Entender Hitler

Ron Rosenbaum, Record, 2003

Hitler, um Perfil do Poder

Ian Kershaw, Jorge Zahar, 1993

O Segredo de Hitler

Lothar Machtan, Objetiva, 2001

O Mundo Alemão de Einstein

Fritz Stern, Cia. das Letras, 2004

O Hitler da História

John Lukacs, Jorge Zahar, 1998
Mein Kampf
Adolf Hitler, Fredonia Classics, 2003

Disponível em :super.abril.com.br/.../conteudo_124147.shtml

Oi, turminha! 9os. anos


O Holocausto faz parte de um momento fundamental da história que clama por se recontado, a fim de inibir novas tragédias. O livro Escondendo Edith – uma história real de Kathy Kacer retrata o episódio através do olhar de uma criança, numa narrativa maravilhosamente contada.

O livro trouxe à sala de aula muito mais que um texto, trouxe também o prazer das descobertas, porque não é um mero registro da história, mas é a história contada a favor da conquista de uma sociedade mais humana. Um convite à reflexão sobre valores universais como tolerância, solidariedade, respeito mútuo, e o despertar para a  necessidade de aceitar o outro e com ele estabelecer laços. 

O melhor: ouvir a fala de vocês. Fala construída com propriedade, já que mergulharam num universo de pesquisas, imagens e debates entre si. Bom ver que vocês conquistaram o direito de partícipes do momento histórico, sei que a partir de hoje,  ele jamais será esquecido.

Obrigada, 9o. ano A!

Fiquei encantada!

Holocausto

Oi, turminha!



Mais uma vez nos é permitido mergulhar na história, pena que não seja das mais belas. Na verdade, um triste episódio universal. Como disse o sábio Nelson Mandela: "Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender”.

Hitler, como ninguém, soube pregar o ódio, espalhar a semente da insanidade, comprometer-se com o mal.

“Que sorte para os ditadores que os homens não pensem.” (Adolf Hitler)

Filosofia do ódio


1 - A história é uma disputa entre raças, na qual as mais fortes tendem a derrotar as mais fracas. Assim como na evolução das espécies, apenas as raças mais "aptas" sobrevivem.

2 - As grandes civilizações da história desapareceram porque deixaram que seu sangue se misturasse ao de outras raças. A miscigenação é a causa da decadência das culturas.

3 - Judeus são a mais inferior das raças, mas com um incrível instinto de autopreservação. São como parasitas: usam o poder do dinheiro e do capital internacional para se espalhar pelo mundo, infectar e destruir as raças puras.

4 - O marxismo é uma estratégia judaica para dominar o mundo. Com ele, os judeus destruíram a Rússia e pretendem "infectar" outros povos, causando sua destruição. Cabe aos arianos, a raça mais superior, eliminar essa ameaça.

5 - Para se desenvolver, os alemães precisam de um grande território. As outras raças da Europa devem ser eliminadas para que os arianos possam prosperar sem risco de miscigenação.

6 - O Estado deve empreender essas missões, mas não de forma democrática. É preciso um líder genial, moldado para essa tarefa, que leve os alemães à expansão e à luta contra os judeus.

Adolf Hitler

O Holocausto clama para não ser esquecido

Deus a Caim : "O sangue de teu irmão clama a Mim lá da terra."


Mais de um milhão e meio de crianças foram mortas durante o Holocausto. Uma geração inteira assassinada. Nos campos de extermínio, com câmaras de gás disfarçadas de chuveiros. Um guarda de Auschwitz, testemunhando no Juramento em Nuremberg, admitiu que no auge do genocídio, quando o campo estava matando dez mil judeus por dia, as crianças eram atiradas ainda vivas nas fornalhas.

Menos de dez por cento das crianças judias sobreviveram na Europa ocupada pelos nazistas. Os filhos não foram poupados do sofrimento e tortura imposto aos pais. Pelo contrário, como não podiam obedecer a ordens e trabalhar, eram tratados ainda mais duramente. Nas rondas, as crianças eram atiradas pelas janelas ou arrastadas pelos cabelos para serem jogadas nos caminhões. As crianças não foram poupadas da segregação, uso da estrela, superlotação, esconderijo, rondas, fuzilamento, deportação, trabalho escravo, campos de concentração, tortura, experimentos médicos, humilhação e assassinato.

Jonathan Sacks

terça-feira, 25 de maio de 2010

Gêneros - 9o.s anos



Oi, turminha!

Você sabe o que é um conto de amor?

Os contos de amor se caracterizam por enredos em que as personagens enfrentam obstáculos para realização de seu amor, já que o conflito se desenvolve em torno dos sentimentos das personagens. Esses obstáculos podem ser externos, como a oposição da família ou da sociedade, a distância, a morte, guerras, o exílio etc., ou internos como o medo do amor, a timidez etc.
O narrador de contos de amor revela a evolução desses sentimentos como causa e consequência das ações do enredo, de acordo com o foco narrativo adotado, o estado psicológico das personagens será revelado de maneira mais ou menos explícita.

Leia

Com certeza tenho amor


Moça tão resguardada por seus pais não deveria ter ido à feira. Nem foi, embora muito o desejasse. Mas porque o desejava, convenceu a ama que a acompanhava a tomar uma rua em vez de outra pra ir á igreja, e a rua que tomaram passava tão perto da feira pareciam espelhar-se nas paredes claras.
E foi nessa rua, recortada como uma silhueta em suas roupas escuras, o rosto meio coberto por véu, que o mais jovem dos saltimbancos, atrasado a caminho da feira, a viu.

Era o mais jovem era o mais forte era o mais era o mais valente entre os onze irmãos. A partir daquele encontro, porém, uma fraqueza que não conhecia deslizou para dentro do seu peito. À noite suspirava como se doente.
- Que tens? – perguntaram-lhes os irmãos.
-Não sei - respondeu. E era verdade. Sabia apenas que a moça velada aparecia nos seus sonhos, e que parecia sonhar mesmo acordado porque mesmo acordado a tinha diante dos olhos.
Àquela rua a moça não voltou mais. Mas ele a procurou em todas as outras ruas da cidade até vê-la passar, esperou diante da igreja até vê-la entrar acompanhou-a ao longe até vê-la chegar em casa.
Agora sorria, cantava, embora de repente largasse a comida no prato porque nada mais lhe passava na garganta.

- Que tens? – perguntaram-lhe os irmãos.

- Acho, não sei... – respondeu ele abaixando a cabeça sobre seu rubor – creio ... que tenho amor.
Na sua casa, a moça também sorria e cantava, largava de reprente a comida no prato e se punha a chorar.
Tenho... sim... com certeza tenho amor – respondeu à ama que lhe perguntou o que tinha.
Mas nem a ama se alegrou, nem se alegraram os dez irmãos. Pois como alegrar-se com um amor que não podia ser?
De fato, tanto riso, tanto choro acabaram chamando atenção do pai da moça que, vigilante e sem perguntar, trancou-a no quarto mais alto da sua alta casa. Não era com um saltimbanco que havia de casar a filha criada com tanto esmero.

Mas era com um saltimbanco que ela queria casar.
E o saltimbanco, ajudado por seus dez irmãos, começou a se preparar para chegar até ela.

Afinal uma noite, lua nenhuma que os denunciasse, encaminharam-se os onze para a casa da moça. Seus pés calçados de feltro calavam-se sobre as pedras.
O mais jovem era o mais forte, teria ele que sustentar os demais. Pernas abertas e firmes, cravou-se no chão bem debaixo da janela dela. O segundo irmão subiu para os seus ombros, estendeu a mão e o terceiro subiu. O quarto escalou os outros até subir nos ombros do terceiro, E um pó cima do outro, forma se construindo como uma torre. Até que o último chegou ao topo.
O último chegou ao topo, e o topo não chegou à altura da janela da moça. De cima a baixo os irmãos passaram-se a palavra. Os onze parecem ondejar por um instante. Então o mais jovem e mais forte saiu de debaixo dos pés do seu irmão deixando-o suspenso no ar, e tomando a mão que este lhe estendeu subiu rapidamente por ele, galgando seus irmãos um a um.

No alto, a janela se abriu.
(Marina Colasanti. 23 histórias de um viajante. São Paulo: Global, 2005 p.51-55.)
Depois desse encantamento, é possível analisar que o conto, embora uma narrativa curta, é extremamente denso porque desvenda as almas das personagens principais: a moça e o saltimbanco. Através do narrador onisciente é permitido conhecer as sensações e angústias vividas pelas personagens. E a descoberta da correspondência desse amor nos permite acreditar nele, além de torná-lo capaz de resistir à diferença social que se fez obstáculo ao amor das personagens.

Perceba que há no conto elementos que o aproximam dos contos de fada, também que o elemento mágico no final da narrativa é uma característica dos contos maravilhosos: a torre humana permanece no ar, ou seja, por amor há uma intervenção mágica, mas não total, pois é necessário que a personagem escale para chegar à amada, o que nos remete à realidade.

Biografia


Marina Colasanti nasceu em Asmara, morou até os 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou 32 obras entre elas livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o prêmio Jabuti com Eu sei mas não devia. Profundos laços ligam Marina à poesia - evidenciados em Rota de colisão (prêmio Jabuti) e mais uma vez estreitados em Gargantas abertas. Marina Colasanti é um caso raro de talento literário múltiplo. Sua personalidade diversificada talvez possa ser compreendida pelas múltiplas atividades que exerce no campo da cultura desde sua formação em belas-artes até a prática jornalística.

GÊNEROS - 9o.s anos

Oi, turminha!

O que é um conto social?

O conto social representa um determinado grupo da sociedade e destaca uma característica marcante dele, por meio de uma denúncia. Embora tenha como referência o real continua sendo um texto de ficção. O narrador e as personagens não são reais, mas têm sua existência determinada no âmbito da narrativa. É verdade que muitas narrativas pretendem ser realistas ou baseadas no real, mas em todos esses casos, trata-se de efeitos do real, produzido por meio do texto.
(REUTER, Y. A análise da narrativa. São Paulo: Difel, 2002 p.18)

No conto social, é importante que as personagens sejam representativas de um grupo específico, pois o leitor deve reconhecer nelas características comuns a todas as pessoas desse grupo.

Leia um fragmento do conto Meg Foguete de Sérgio Capparelli. Um Conto cuja personagem central é feminino, naquela faixa etária indefinida que Manuel Bandeira denominou de menina-moça – nem menina nem mulher. Uma adolescente que pertence a um grupo social de pouca escolaridade, mas desde cedo familiarizada com questões ligadas ao trabalho.

“[...] Esses treze anos deram a Fátima dois olhos vivazes, uma cor de ferrugem e uma certa perplexidade diante do mundo . Ignora o que seja fração, conjuntos a capital de Pernambuco, estado sólido, liquido e gasoso. Mas sabe e discute, o que é hora extra, carteira de trabalho [...].”
É fácil, após a leitura do fragmento, perceber a denúncia social contida nele: “escolaridade versus mundo do trabalho”. Observe que as implicações ideológicas da personagem, conduzem-nos ao lugar social ocupado por ela.
Fique atento:
Os contos sociais tratam de temas como as dificuldades dos grupos sociais desprivilegiados ou das minorias, denunciando injustiças.

domingo, 16 de maio de 2010

adjunto ou predicativo

Qual é a diferença entre adjunto adnominal e predicativo do objeto?

"Adjunto adnominal" é uma palavra ou expressão acessória, de valor adjetivo que, junto de um substantivo, delimita ou especifica o significado dele. "Predicativo" é aquele que expressa um atributo ou circunstância do objeto direto. A maneira mais fácil para saber se é expressão acessória ou atributo é substituir o substantivo por um pronome. Tudo o que desaparecer com o substantivo é acessório, funcionando, então, como adjunto adnominal; aquilo que não desaparecer não é acessório, funcionando, então, como predicativo do objeto.
Exemplos:
Quebrei o portão velho.
Substituindo portão por um pronome, teremos Quebrei-o, e não Quebrei-o velho. Velho é, então, adjunto adnominal.
Observe:
Julguei o seu ato desonesto.
Substituindo ato por um pronome, teremos Julguei-o desonesto, e não apenas Julguei-o. Desonesto é, então, predicativo do objeto.
Outra dica importante é notar que o adjunto adnominal pode estar em qualquer parte da oração, ele dá uma característica constante ao substantivo. Já o predicativo só se encontra no predicado, e dá uma característica momentânea ao substantivo. Podemos diferenciar um do outro substituindo a estrutura sintática por -o, -os, -a, -as.
Mais exemplos:
Busquei o caderno velho.
Busquei-o.
Note que a estrutura o caderno velho pode ser substituída por -o. Isso caracteriza o adjunto adnominal.

Considero sua decisão triste.
Considero-a triste.

Observe que a estrutura sua decisão triste não pode ser substituída inteiramente, caracterizando o predicativo, que nesse caso é o predicativo do objeto, pois se refere ao substantivo decisão.

Complemento nominal

Oi, turminha,

Já sabemos que os verbos de sentido incompleto (verbo transitivo) exigem um complemento verbal (objeto direto ou objeto indireto). Da mesma forma forma existem nomes de sentido incompleto. Se os verbos transitivos exigem complemento verbal, os nomes de sentido incompleto exigem o complemento nominal.
Complemento Nominal é o termo que especifica ou completa o sentido de um substsantivo, adjetivo ou advérbio.
Ex. Eles têm admiração pelo colega. Admiração: substantivo; pelo colega: complemento nominal.
A mulher estava consciente de tudo. Consciente: adjetivo; de tudo: complemento nominal.
Nada podemos fazer relativamente a esse caso. Relativamente: advérbio; a esse caso: complemento nominal.
O complemento nominal é sempre introduzido por preposição. (Obs.: Não confunda complemento nominal com objeto indireto). O complemento nominal refere-se sempre a um substantivo, o adjetivo ou a um advérbio. O objeto indireto completa o sentido do verbo transitivo indireto.
Ex:Devemos ter confiança na justiça. Confiança: substantivo; na justiça: complemento nominal. Devemos confiar na justiça. Confiar: verbo transitivo indireto; na justiça: objeto indireto.
Fique atento às diferenças:
Principais diferenças entre o complemento nominal e o adjunto adnominal.
1.ª diferença:
O adjunto adnominal só se refere a substantivos (tanto concretos como abstratos).
O complemento nominal refere-se a substantivos (só abstratos), a adjetivos e a advérbios.
Ex.: As ruas de terra serão asfaltadas.
RUAS: nome (substantivo)
DE TERRA é adjunto adnominal ou complemento nominal?
Note que DE TERRA refere-se ao nome RUAS, que é um substantivo concreto (considerando a classe gramatical). Pelo 1.º critério, podemos concluir que DE TERRA só pode ser adjunto adnominal, pois o complemento nominal não se refere a substantivo concreto. Então, DE TERRA: adjunto adnominal.

2.ª diferença:
O adjunto adnominal pratica a ação expressa pelo nome a que se refere.
O complemento nominal recebe a ação expressa pelo nome a que se refere.
A rua é paralela ao rio.
PARALELA: nome (adjetivo)
AO RIO: complemento nominal ou adjunto adnominal?
O termo AO RIO está se referindo a PARALELA, que é um adjetivo (considerando a classe gramatical). Usando o 1.º critério, podemos concjuir eu ao rio só pode ser complemento nominal, já que o adjunto adnominal nunca se refere a adjetivo.

3.ª diferença:
O adjunto adnominal pode indicar posse.
O complemento nominal nunca indica posse.
As críticas ao diretor eram infundadas.
CRÍTICAS: nome (substantivo)
AO DIRETOR: complemento nominal ou adjunto adnominal?
Observe que CRÍTICAS expressa uma ação (ação de criticar). O termo AO DIRETOR é que recebe as críticas (o diretor é criticado). Usando o segundo critério, podemos concluir que AO DIRETOR é um complemento nominal.
As críticas do diretor eram infundadas.
CRÍTICAS: nome (substantivo)
Agora, o termo DO DIRETOR é adjunto adnominal, pois ele pratica a ação expressa pelo nome CRÍTICAS.
EXERCÍCIO
Identifique o complemento nominal que aparece em cada oração abaixo.
1- A criança tinha necessidade de afeto.
2- Precisamos estar consciente de nossos direitos.
3- Fumar é prejudicial à saúde.
4- Essa lei é benéfica à cidade.
5- Esse aluno é responsável pela festa de formatura.
6- É impróprio para menores esse filme.
7- Temos muita confiança em nossos jogadores.
Fonte :http://www.portrasdasletras

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O professor está sempre errado


Quando...
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta às aulas, é um "Caxias".
Precisa faltar, é "turista"
Conversa com outros professores, está "malhando" os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama à atenção, é um grosso.
Não chama à atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances dos alunos.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, "deu mole".
É, o professor está sempre errado,
mas se você conseguiu ler até aqui,
agradeça a ele!

Fonte: Revista do professor

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe, estas são para você!

Amo-te muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito!

Minha Mãe, eu te amo!

Oi, pessoal!

Hoje dia das mães, eu passei o dia inteirinho com a minha. Muito bom!
Não há nada melhor nem igual a mãe da gente.
Agradeço a Deus pelo presente de tê-la comigo.
Um beijo minha mãe, Deus te abençoe!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Vejo-me nela


“[...]
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não se enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que tou por fora ou então que tou inventando
Mas é você que ama o passado é que não vê
É você que ama o passado é que não vê
Que o novo sempre vem
[...]

Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais"
(Belchior)

Olá, pessoal!

Hoje encontrei no chão do meu quarto um pedacinho de papel escrito com a letra de minha filha. Logicamente, li o que estava escrito. Afinal, mãe é mãe!

“Esperar é o tormento do desejo.”
(J.M. de Macedo)
“Sonhei e fui longe, quando acordei errei o caminho e parei na porta do seu coração!"
(Amado Batista)
“Seu sorriso me encantou vem quebrar o meu feitiço.”
(autor desconhecido)

Essa leitura trouxe à tona todo um passado. Vejo-o, hoje, em minha filha. À procura do amor, não consegue perceber que a ansiedade está sempre muito próxima do medo, diferem porque no medo há um fator real, enquanto na ansiedade tudo se mostra de forma subjetiva.

Quando se é adolescente há muita pressa, mas é essa pressa que muitas vezes traz desvantagens como a escolha da pessoa errada. Entretanto, como dizia o poeta:
" Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa
Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina."

É preciso viver para saber. O que faz diferença são as experiências. É claro que nós, mães, apesar de sermos alcunhadas como retrogradas coisa muito comum em todos os tempos, queremos para as nossas filhas as melhores experiências. Todavia, o que é melhor para um ser ser.
Vejo-me nela. Muito porque os seus ídolos ainda são os meus: o velho Belchior, Elis Regina, Che Guevara...

Vejo-me nela, porque se diz chata e contestadora, porque pensa. É lógico, que há aí, muita bobagem. Bobagem de criança mesmo, já que é uma menina, mas é a minha menina. Orgulho-me dela.

Vejo-me nela. Sabe por quê? Escreve com a alma, usa o coração, penetra nas entranhas das palavras, sabe ouvi-las, entendê-las, dar-lhes vida.
Vejo-me nela.

Minha linda, eu soube esperar a hora certa. Eu sei que é difícil, mas o amor acontece na hora certa. Chega quando a gente menos espera.Isso, a minha mãe ensinou-me. Espero que você saiba que há tempo para tudo. Palavra do Senhor! Naquele dia você vai cantar como o poeta:
"Eu que andava
Nessa escuridão
De repente
Foi me acontecer
Me roubou
O sono e a solidão
Me mostrou
O que eu temia ver
Sem pedir
Licença nem perdão
Veio louca
Pra me enlouquecer
Vou dormir
Querendo despertar
Pra depois
De novo
Conviver
Com essa luz
Que veio me habitar
Com esse fogo
Que me faz arder
Me dá medo
E vem me encorajar
Fatalmente
Me fará sofrer
Ando escravo da alegria
[...]"

(Toquinho)

Amo você!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Para você!

Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.
Salmos 23.6

Exercícios

Marque , após análise, a palavra certa ou errada:

1. Em "O importante é que todos estejam aqui bem cedo" e "É importante que todos estejam aqui bem cedo", as orações destacadas funcionam como subordinadas substantivas subjetivas.

Certa
Errada X
Obs.: a primeira é predicativa, a segunda é subjetiva.

2.Em "Todos nos pediram que trouxéssemos as crianças também", a oração destacada classifica-se como subordinada substantiva objetiva direta.

Certa X
Errada

3.frases "Ele falou: eu o odeio"; "Não preciso de você: sei viver sozinho"; "Sabendo que havia um grande estoque de roupas na loja, quis ir vê-las: era doida por vestidos novos"; "Fez três tentativas, aliás, quatro. Nada conseguiu" e "Havia apenas um meio de salvá-la: falar a verdade" há somente uma oração subordinada substantiva apositiva.

Certa X
Errada
a oração apositiva é " Havia apenas um meio de salvá-la: falar a verdade.

4."Nunca me esqueci de que você me traíra" e "Tenho aversão a que me critiquem", a primeira oração destacada denomina-se subordinada substantiva objetiva indireta, e a segunda, completiva nominal.

Certa X
Errada

obs.: a primeira completa um verbo, enquanto a segunda completa um nome.

5.Dos períodos "A grande falha da República é suprimir a corte, mantendo os cortesãos" e "É preciso que o autor receba com igual modéstia os elogios e as críticas que fazem de suas obras", ambas as frases destacadas são subordinadas substantivas.

Certa X
Errada

6.Em "O orador encareceu a necessidade de sermos amantes da paz", a oração destacada é subordinada substantiva objetiva indireta.

Certa
Errada X
Obs.: É uma oração sub. substantiva completiva nominal

7.Em "O maior dos mandamentos é este: amar o próximo", a oração em destaque classifica-se como substantiva apositiva.

Certa X
Errada

8.Em "O homem que não comete erros geralmente nada faz", a oração em destaque classifica-se como subordinada substantiva predicativa.

Certa
Errada X

9.A oração subordinada substantiva subjetiva e a subordinada substantiva predicativa só existem em estruturas oracionais com verbos de ligação.

Certa
Errada X
Obs.: Apenas a predicativa só existe em estruturas oracionais com verbos de ligação

10.A oração subordinada substantiva objetiva indireta e a subordinada substantiva completiva nominal são sempre iniciadas por preposição.

Certa X
Errada

Fonte: www.folha.uol.com.br

Orações subordinadas substantivas

As Orações Subordinadas exercem uma função sintática em relação a uma outra oração, chamada oração principal e que pede complemento. Existem diversos tipos de Orações subordinadas, dentre elas, Orações subordinadas substantivas que podem ser Subjetiva, Objetiva Direta, Objetiva Indireta, Predicativas, Completivas Nominais e Apositivas.

As orações subordinadas substantivas desenvolvidas são introduzidas pelas conjunções integrantes se ou que e possuem verbos conjugados. As orações subordinadas substantivas reduzidas não são introduzidas por conjunções e possuem verbos na formas nominais (particípio, gerúndio ou infinitivo).

Ex.: É possível que eu fracasse. ( oração desenvolvida)

É possível fracassar. ( oração reduzida de infinitivo)
As orações subordinadas substantivas podem ser:

1- Orações subordinadas substantivas objetivas diretas

Exercem a função de objeto direto do verbo da oração principal.

Ex.: "Paulo José observa que o anti-heroísmo é uma característica forte dos personagens da cultura latino-americana.

2- Orações subordinadas substantivas objetivas indiretas

Exercem a função de objeto indireto do verbo da oração principal.

Ex.: A nova máquina necessitava de que os funcionários supervisionassem mais o trabalho.

3- Orações subordinadas substantivas predicativas

Exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal.

Ex.: Meu consolo era que o trabalho estava no fim.

4- Orações subordinadas substantivas subjetivas

Exercem a função de sujeito da oração principal.

Ex.: É difícil que ele venha.
O verbo da oração principal sempre estará na 3ª pessoa do singular quando o oração subordinada por subjetiva.

5- Orações subordinadas substantivas completivas nominais
Exercem a função de complemento nominal da oração principal.

Ex.: Sua falha trágica é a dificuldade de ser maleável em relação à realidade.
6- Orações subordinadas substantivas apositivas

Exercem a função de aposto de algum nome da oração principal.

Ex.:Há nas escolas uma norma: que os alunos são respeitados.
A oração apositiva sempre estará pontuada, ou entre vírgulas ou depois de dois pontos.

Adjunto adnominal

É o termo que determina, especifica ou explica um substantivo. O adjunto adnominal possui função adjetiva na oração, a qual pode ser desempenhada por adjetivos, locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos. Veja o exemplo a seguir:
O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.
Sujeito: poeta inovador
Núcleo do Predicado Verbal: enviou
Objeto Direto: dois longos trabalhos
Objeto Indireto: ao seu amigo de infância

Na oração acima, os substantivos poeta, trabalhos e amigo são núcleos, respectivamente, do sujeito determinado simples, do objeto direto e do objeto indireto. Ao redor de cada um desses substantivos agrupam-se os adjuntos adnominais:

o artigo" o" e o adjetivo inovador referem-se a poeta;
o numeral dois e o adjetivo longos referem-se ao substantivo trabalhos;
o artigo" o" (em ao), o pronome adjetivo seu e a locução adjetiva de infância são adjuntos adnominais de amigo.

Observe como os adjuntos adnominais se prendem diretamente ao substantivo a que se referem, sem qualquer participação do verbo. Isso é facilmente notável quando substituímos um substantivo por um pronome: todos os adjuntos adnominais que estão ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição.
Exemplo:

O notável poeta português deixou uma obra originalíssima.

Ao substituirmos poeta pelo pronome ele, obteremos:
Ele deixou uma obra originalíssima.

As palavras "o", notável e português tiveram de acompanhar o substantivo poeta, por se tratar de adjuntos adnominais. O mesmo aconteceria se substituíssemos o substantivo obra pelo pronome a. Veja:

O notável poeta português deixou-a.

Saiba que:
A percepção de que o adjunto adnominal é sempre parte de um outro termo sintático que tem como núcleo um substantivo é importante para diferenciá-lo do predicativo do objeto. O predicativo do objeto é um termo que se liga ao objeto por intermédio de um verbo. Portanto, se substituirmos o núcleo do objeto por um pronome, o predicativo permanecerá na oração, pois é um termo que se refere ao objeto, mas não faz parte dele. Observe:

Sua atitude deixou os amigos perplexos.
Nessa oração, perplexos é predicativo do objeto direto (seus amigos). Se substituíssemos esse objeto direto por um pronome pessoal, obteríamos:
Sua atitude deixou-os perplexos.
Note que perplexos se refere ao objeto, mas não faz parte dele.

Predicativo do sujeito e predicativo do objeto

O que é Predicativo do Sujeito?
"Predicativo do Sujeito" é o termo que exprime um atributo, um estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se prende por um verbo de ligação, no predicado nominal.
Ex.: A bandeira é o símbolo da pátria.
Sujeito: A bandeira
Verbo de Ligação: é
Predicativo do Sujeito: o símbolo da pátria.
Ex.: O portão permanecerá fechado.
Sujeito: O portão
Verbo de Ligação: permanecerá
Predicativo do Sujeito: fechado

O que é Predicativo do Objeto?
"Predicativo do Objeto" é o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo.
Ex.: O povo elegeu-o deputado.
Sujeito: O povo
Verbo e Objeto: elegeu-o
Predicativo do Objeto: deputado.
Ex.: O juiz declarou o réu inocente.
Sujeito: O juiz
Verbo e Objeto: declarou o réu
Predicativo do Objeto: inocente.

http://www.jurisway

"Aprendemos a voar como os pássaros, a nadar como os peixes; mas não aprendemos a simples arte de vivermos juntos como irmãos."

M. Luther King

domingo, 2 de maio de 2010

sábado, 1 de maio de 2010

Querido Quintana


Eu estava dormindo e me acordaram

E me encontrei, assim, num mundo estranho e louco...

E quando eu começava a compreendê-lo

Um pouco,

Já eram horas de dormir de novo!

Emprego dos porquês


Por que - usamos normalmente no início de frases interrogativas. Pode ser substituído por pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por que (qual) motivo.
Exemplos: Por que você não fez a lição? = (Por qual motivo você não fez a lição?)
Por que temos de economizar água? = (Por qual motivo temos de economizar água?)
Não sei por que os jogadores estão discutindo. = (Não sei por que motivo os jogadores...)
Este é o motivo por que não fui à excursão. = (Este é o motivo pelo qual não fui...)

Por quê - usamos no final de frases.
Exemplos: Você não fez a lição. Por quê?
Estava triste sem saber por quê.
Muitos reclamaram das notas, mas não havia por quê.
Você não gosta de jiló, por quê?

Porque - usamos em respostas, para explicação ou causa. Pode ser substituído por, pois. Exemplos: Ele não fez a lição porque não a entendeu.
A aula foi cancelada porque não havia luz na escola.
Muitas plantas morrem porque não chove.
Falo muito porque gosto.
Porquê - vem precedido do artigo o . Pode ser substituído por motivo, razão.
Exemplos: Não sei o porquê desta bagunça.
Você não me explicou o porquê da sua falta.
Ainda bem que você me explicou os porquês da sua demissão.
Aprender o uso dos porquês é muito importante.
Teste
Complete as frases corretamente, utilizando os porquês.
a) ___________você não veio à aula hoje?
b) Eles não me disseram o __________das falhas.
c) Hoje eu cheguei ______________fui ao médico.
d) Você chegou mais tarde. ______________?
e) Você acordou cedo _________ ?
f) Minha amiga está alegre _____________ tirou nota boa na prova.
g) ______________você já vai embora?
h) Ainda não descobrimos _____________das faltas.

Parabéns, trabalhadoras!

Aproveitei o feriado para fazer uma faxina.
Que chique!