Pages

terça-feira, 23 de abril de 2013


Oi, Turminha!

Quarta-feira tem teatro? Tem sim, turminha!

Amanhã assistiremos à encenação de três grandes obras da Literatura:




"A graça não é explicar o passado, mas fazer com que através dele as pessoas possam entender o presente", 


"Terra Papagalli é uma pândega — ou como se lê no subtítulo "narração para preguiçosos leitores da luxuriosa, irada, soberba, invejável, cobiçada e gulosa história do primeiro rei do Brasil". Escrito com talento, em linguagem do século 16 com tom jocoso, em que se intercalam cenas de humor pastelão com fatos históricos, o livro se estrutura em formato de carta do Bacharel ao Conde de Ourique. Espertos, os autores mesclaram formatos de três "best sellers" da época: diários de navegação, dicionários e bestiários.
Repleto de realismo, o diário de navegação de Cosme Fernandes, fala de fura-buchos a bordo, insalubridade total, delírios e crenças de que uma hora as caravelas iam "entornar" — já que a maioria dos homens pensava que o mundo era plano. O dicionário é, na verdade, um glossário básico da língua dos tupiniquins, em que se misturam termos absolutamente verdadeiros, como jururu ("estou triste..."), e debochados como nhenhenhém ("falar, falar, falar..."). O bestiário descreve seres como a ostra — "uma pedra que se abre por sua própria vontade" —, entre minotauras, maritacas, sucuris e outras criaturas."







Memórias de um sargento de milícias é um romance de Manuel Antônio de Almeida. Foi publicado originalmente em folhetins no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, entre 1852 e 1853, anonimamente. O livro foi publicado em 1854 e no lugar do autor constava "um brasileiro".
Este livro sintetiza o retrato do brasileiro. As aventuras de Leonardinho, filho de Leonardo Pataca, um verdadeiro anti-herói que consegue, com a malandragem que lhe é peculiar, alcançar um alto cargo as custas do velho jeitinho brasileiro.
 Disponível em:  http://pt.wikipedia.org





O livro Primeiras estórias faz parte do terceiro tempo do Modernismo brasileiro e foi publicado em 1962. As 21 estórias, portanto, são narrativas preocupadas em tematizar, simbolicamente, os segredos da existência humana. 

Assistiremos à encenação do conto "Famigerado". "Guimarães Rosa tematiza, no conto, a importância da linguagem. Seu conhecimento ou não determina as posições sociais." 

"Quem pode esperar coisa tão sem pé nem cabeça?"


Famigerado constitui-se num episódio cômico cuja trama é a seguinte: um médico do interior [narrador da história] recebe a visita de quatro cavaleiros rudes do sertão. Seu líder, Damásio, conhecido assassino da região, quer que o doutor o esclareça a respeito do significado da palavra "famigerado". Veja como a pergunta é feita: "-Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: famisgerado...faz-me-gerado...falmisgeraldo...famílias-gerado?" O médico, temeroso de revelar o verdadeiro sentido da palavra, mente, pois teme a violência de Damásio contra o "moço do Governo" que assim o havia chamado. Ele explica que "famigerado" quer dizer "célebre", "notório", "notável". 


O assassino depois de tranquilizado com a resposta do médico, agradece e vai embora. Antes, porém, considera que: "Não há como as grandezas machas de uma pessoa instruída."

Nesse conto, podemos opor o poder da força, Damásio, ao poder da instrução, do conhecimento médico. Caso o médico tivesse revelado o sentido dicionarizado do termo "famigerado", estaria, por certo, infligindo uma sentença de morte ao moço. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário