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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Nova Ortografia - Emprego do hífen


Oi, Turminha,

Em 1o. de janeiro de 2016 entrou em vigor a obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa. O acordo, que visa padronizar a ortografia da língua portuguesa, foi assinado em 1990 entre Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Na época, o Timor-Leste, que hoje faz parte da CPLP, ainda não era uma nação independente. O país só aderiu ao acordo em 2004, após tornar-se independente.

Veja abaixo algumas dicas para o emprego correto do hífen.

Reforma ortográfica:  hífen - compostos

Compostas comuns

 1. Usa-se hífen nas palavras compostas comuns, sem preposições, quando o primeiro elemento for substantivo, adjetivo, verbo ou numeral. 

Amor-perfeito, boa-fé, guarda-noturno, guarda-chuva, criado-mudo, decreto-lei, terça-feira
substantivo                 adjetivo       verbo                                                                                                            numeral
  Formas adjetivas como afro, luso, anglo, latino não se ligam por hífen:

afrodescendente, eurocêntrico, lusofobia, eurocomunista. 

Mas com adjetivos pátrios (de identidade), usa-se o hífen: 

afro-americano, latino-americano, indo-europeu, ítalo-brasileira, anglo-saxão. 

 Se a noção de composição desapareceu com o tempo, deve-se unir o composto sem hífen:

pontapé, madressilva, girassol, paraquedas,paraquedismo (perdida a noção do verbo parar);mandachuva (perdida a noção do verbo mandar). 

 Demais casos com para e manda usam hífen: 

para-brisa, para-choque (sem acento no para); manda-tudo, manda-lua.

Compostos com elementos repetidos também levam hífen:

tico-tico, tique-taque, pingue-pongue, blá-blá-blá.

 Compostos com apóstrofo também levam hífen: 

cobra-d'água, mãe-d'água, mestre-d'armas. 

Nomes geográficos antecedidos de grão, grã ou verbos 

2. Usa-se o hífen em nomes geográficos compostos com grã e grão ou verbos de qualquer tipo. Grã-Bretanha, Grão-Pará,Passa-Quatro.

Demais nomes geográficos compostos não usam hífen: 

América do Norte, Belo Horizonte, Cabo Verde. 
(O nome Guiné-Bissau é uma exceção).

Espécies vegetais/ animais 

3. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies vegetais e animais: 
bem-te-vi, bem-me-quer, erva-de-cheiro,couve-flor ,erva-doce, feijão-verde, coco-da-baía, joão-de-barro, não-me-toques (planta). Se a palavra for usada em sentido figurado, não leva hífen: Ela está cheia de não me toques (melindres).

Mal 

4. Usa-se hífen com mal antes de vogais ou h ou l. mal-afamado, 

mal-estar, mal-acabado, mal-humorada, mal-limpo.

 Escreva, porém: malcriado, malnascido,malvisto, malquerer,malpassado. 

 Escreva com hífen no femininomá-língua, más-línguas. 

Além, aquém, recém, bem, sem

 5. Usa-se hífen com além, aquém, recém, bem e sem:

além-mar, aquém-oceano,recém-casado,recém-nascido,bem-estar, bem-vindo, sem-vergonha. 

Quando o bem se aglutina com o segundo elemento, não se usa hífen:

 benfeitor, benfeitoria, benquerer, benquisto.

Locuções 

6. Não se usa hífen nas locuções dos vários tipos -substantivas, adjetivas etc.:

à vontade, cão de guarda, café com leite, cor de vinho, fim de semana, fim de século, quem quer que seja, um disse me disse.

 Certas grafias consagradas agora são exceções à regra

água-de-colônia, arco-da-velha, pé-de-meia, mais-que-perfeito, cor-de-rosa, à queima-roupa, ao deus-dará. 

Outras expressões/locuções que não usarão hífen:

bumba meu boi, tomara que caia, arco e flecha, tão somente, ponto e vírgula.

Escreva também sem hífen as locuções :

à toa (adjetivo ou advérbio), dia a dia (substantivo e advérbio) e arco e flecha. 

Encadeamentos de palavras

 7. Os encadeamentos vocabulares levam hífen (e não mais traço).

Encadeamento vocabular é quando se emprega o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.

A relação professor-aluno.
O trajeto Tóquio-São Paulo.
A ponte Rio-Niterói. 
Um acordo Angola-Brasil. 
Áustria-Hungria.
Alsácia-Lorena. 

Hífen no fim da linha

8. Quando cai no fim da linha, o hífen deve ser repetido, por clareza, na linha abaixo.

 Atravesso a ponte Rio- 
-Niterói. 
Couve- 
-flor. 

Disponível em : http://educacao.uol.com.br/portugues/hifen-palavras-compostas.jhtm

BECHARA, Evanildo. O que muda com o Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2008. 

INSTITUTO ANTÔNIO HOUAISS. Escrevendo pela Nova Ortografia. Rio de Janeiro/São Paulo, Houaiss/Publifolha, 2008. 

GOMES, Francisco Álvaro. O acordo ortográfico. Porto, Porto Editora, 2008.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Nova Ortografia - Acentuação gráfica


Oi, Turminha,

Em 1o. de janeiro de 2016 entrou em vigor a obrigatoriedade do uso do Acordo Ortográfico de Língua Portuguesa. O acordo, que visa padronizar a ortografia da língua portuguesa, foi assinado em 1990 entre Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe, países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Na época, o Timor-Leste, que hoje faz parte da CPLP, ainda não era uma nação independente. O país só aderiu ao acordo em 2004, após tornar-se independente.

Esta tabelinha vai ajudá-lo (a) a empregar corretamente a acentuação gráfica.

Tipo de palavra ou sílaba
Quando acentuar
Exemplos (como eram)
Observações
(como ficaram)
Proparoxítonas
sempre
simpática, lúcido, sólido, cômodo
Continua tudo igual ao que era antes da nova ortografia.
Observe:

Pode-se usar acento agudo ou circunflexo de acordo com a pronúncia da região: acadêmico, fenômeno (Brasil) académico, fenómeno (Portugal).
Paroxítonas
Se terminadas em: R, X, N, L, I, IS, UM, UNS, US, PS, Ã, ÃS, ÃO, ÃOS; ditongo oral, seguido ou não de S
fácil, táxi, tênis, hífen, próton, álbum(ns), vírus, caráter, látex, bíceps, ímã, órfãs, bênção, órfãos, cárie, árduos, pólen, éden.
Continua tudo igual.
Observe:
1) Terminadas em ENS
 não levam acento: hifens, polens.

2) Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: sêmen, fêmur (Brasil) ou sêmen, fémur (Portugal).

3) Não ponha acento nos prefixos paroxítonos que terminam em
 R nem nos que terminam em I: inter-helênico, super-homem, anti-herói, semi-internato.
Oxítonas
Se terminadas 
em: A, AS, E, ES, O, OS, EM, ENS
vatapá,
igarapé, avô, avós, refém, parabéns
Continua tudo igual.
Observe:
1. terminadas em
 I,IS, U, US não levam acento: tatu, Morumbi, abacaxi.
2. Usa-se indiferentemente agudo ou circunflexo se houver variação de pronúncia: bebê, purê(Brasil); bebé, puré(Portugal).
Monossílabos tônicos (são oxítonas também)
terminados em A, AS, E,
ES, O,OS
vá, pás, pé, mês, pó, pôs
Continua tudo igual.
Atente para os acentos nos verbos com formas oxítonas: adorá-lo, debatê-lo, etc.

Í e Ú em 
palavras oxítonas e paroxítonas
Í e Ú levam acento se estiverem sozinhos na sílaba (hiato)
saída, saúde, miúdo, aí, Araújo, Esaú, Luís, Itaú, baús, Piauí
1. Se o i e u forem seguidos de s, a regra se mantém: balaústre, egoísmo, baús, jacuís.

2. Não se acentuam
 e u se depois vier 'nh': rainha, tainha, moinho.

3.
 Esta regra é nova: nas paroxítonas, o i e não serão mais acentuados se vierem depois de um ditongo: baiuca, bocaiuva, feiura, maoista, saiinha (saia pequena), cheiinho (cheio).

4. Mas, se, nas oxítonas, mesmo com ditongo, o
 i e estiverem no final, haverá acento: tuiuiú, Piauí, teiú.
Ditongos abertos em palavras paroxítonas
EI, OI,
idéia, colméia, bóia
Esta regra desapareceu (para palavras paroxítonas). Escreve-se agora: ideia, colmeia, celuloide, boia.
Observe: há casos em que a palavra se enquadrará em outra regra de acentuação. Por exemplo: contêiner, Méier, destróier serão acentuados porque terminam em
 R.
Ditongos abertos em palavras oxítonas
ÉIS, ÉU(S), ÓI(S)
papéis, herói, heróis, troféu, céu, mói (moer)
Continua tudo igual (mas, cuidado: somente para palavras oxítonas com uma ou mais sílabas).
Verbos terminados em guar, quar e quir
aguar
enxaguar, averiguar, apaziguar, delinquir, obliquar usavam acento agudo em algumas pessoas do indicativo, do subjuntivo e do imperativo afirmativo.
Esta regra sofreu alteração. Observe:.
Quando o verbo admitir duas pronúncias diferentes, usando
 a ou i tônicos, aí acentuamos estas vogais: eu águo, eles águam e enxáguam a roupa (a tônico); eu delínquo, eles delínquem (í tônico).
tu apazíguas as brigas; apazíguem os grevistas.
Se a tônica, na pronúncia, cair sobre o
 u, ele não será acentuado: Eu averiguo (diga averi-gú-o, mas não acentue) o caso; eu aguo a planta (diga a-gú-o, mas não acentue).
ôo, ee
vôo, zôo, enjôo, vêem
Esta regra desapareceu.
Agora se escreve: zoo, perdoo veem, magoo, voo.
Verbos ter e vir
na terceira pessoa do plural do presente do indicativo
eles têm,
eles vêm
Continua tudo igual. 
Ele vem aqui; eles vêm aqui.
Eles têm sede; ela tem sede.
Derivados de ter e vir (obter, manter, intervir)
na terceira pessoa do singular leva acento agudo; 
na terceira pessoa do plural do presente levam circunflexo
ele obtém, detém, mantém;
eles obtêm, detêm, mantêm
Continua tudo igual.
Acento diferencial
Esta regra desapareceu, exceto para os verbos:
PODER
 (diferença entre passado e presente.
Ele não pôde ir ontem, mas pode ir hoje.
PÔR
 (diferença com a preposição por): 
Vamos por um caminho novo, então vamos pôr casacos;
TER
 e VIR e seus compostos (ver acima).
Observe:
1) Perdem o acento as palavras compostas com o verbo
 PARAR:
Para-raios, para-choque.
2)
 FÔRMA (de bolo): O acento será opcional; se possível, deve-se evitá-lo: Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de pagamento é parcelada.
Trema (O trema não é acento gráfico.)
Desapareceu o trema sobre o
 U em todas as palavras do português: Linguiça, averiguei, delinquente, tranquilo, linguístico.
Exceto as de língua estrangeira: Günter, Gisele Bündchen, müleriano

Disponível em: http://educacao.uol.com.br